terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Suando indagações

Como você imagina que se sentiria no deserto? Das inúmeras respostas que se possa dar a essa pergunta, a minha eu imagino que seja uma das menos pensáveis. Era lá que eu gostaria de estar. Andar sempre em frente, ao sol de dia tostando no couro, sob as estrelas de noite no meio da escuridão. Sentir a instabilidade da areia, o vento, o silêncio, deixar rastros que se apagam em pouco tempo. ( sentir, sentir, sentir - é só nisso que eu falo, como se não pudesse ou estivesse sentindo qualquer coisa agora).
Como me alimentar, beber água, me proteger? Esses seriam os problemas mais sérios do mundo para alguém que nessas condições resolvesse viver. Nada mais poderia ser tão alarmante. Eu poderia buscar pelos verdadeiros oásis na vida dos seres humanos. Pelo menos os fisicamente vitais... porque os mentalmente ou psicologicamente vitais eu queria afogar e destruir no meio das ânsias corpóreas.

4 comentários:

  1. "Quando a gente anda sempre em frente, não pode ir muito longe..." - Antoine de Saint-Exupéry
    "Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo." - Antoine de Saint-Exupéry
    Buscar sentir com o físico enquanto destrói o psicológico é um analgésico, com o tempo os verdadeiros sintomas vem. O que vc precisa é fugir dessa dor a qual tu se agarra!
    Crie seu próprio oásis onde vc se esconde para planejar uma forte investida contra o que te aflige!
    Eu AMO vc, Ki(wi)ka!(Busque em mim o seu refúgio)

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  3. [Esqueci de completar, rs]

    Acho que vou responder à sua pergunta sobre como eu me sentiria no deserto. Não imagino porque na verdade eu também tenho um deserto. Mas como eu disse antes, nem todo deserto é de areia. O meu é de folhas, uma floresta densa. Às vezes encontro um campo gramado. Mas ambos úmidos. Não o suficiente para beber água, mas o bastante para permitir que eu me desfaça entre as folhas, que esteja camuflado a ponto de ninguém me enxergar, mesmo me vendo. Consigo fazer flores crescerem pelas pétalas. E só estas aparecem às vistas dos outros (Claro, só podemos ver as pétalas dos outros, mas dificilmente alguém planta pelas pétalas). Quando as raízes ficam à mostra, não se sabe de que pétalas são, pois os caules estão emaranhados.
    Depois de muito, consegui bastante controle do meu deserto. Pode haver tempestade, mas depois sempre vem a calmaria. E isso não contraria Bakunin, só completa o movimento, rs.
    Assim que é o meu deserto...

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  4. Gostei dos escritos até agora. Literariamente mesmo, achei as descrições fortes e um uso curioso dos elementos - calor, luz, rastros, etc.
    Só fiquei curioso pra ver, mais pra frente, escritos envolvendo mais outros personagens - sabe, sair pra fora do narrador, mesmo que mantendo esse intimismo estilistico.

    Não sei se falei muito coisa com coisa, mas enfim, era o que me parecia bom. E reitero que gostei bastante

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